A participação das mulheres no mercado de tecnologia tem sido baixa nas últimas décadas. Especialistas apontam que essa realidade se deve a diversos fatores como a escassez de referências femininas na área, estereótipos de gênero enraizados, preconceitos por parte de recrutadores e empregadores e outras barreiras.
A nossa aluna Cristina Andrade, da graduação em Engenharia da Computação, conta um pouco sobre sua experiência:
O trajeto até aqui não foi simples. Ser mulher na tecnologia trouxe desafios únicos. Fui muitas vezes a única mulher em equipes, enfrentei olhares preconceituosos e vivi momentos desconcertantes em entrevistas que quase me fizeram desistir. Contudo, o incentivo incansável de pessoas extraordinárias como os meus gestores Hélio Ossola e Lucas Cardoso, me mostrou meu verdadeiro valor. São pessoas que me deram a confiança necessária para persistir e hoje como mulher, atuar na área como estagiária analista de sistemas abrindo meus olhos para novos horizontes e percebendo a cada dia do que sou capaz.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), no Brasil, só 20% dos profissionais de TI são mulheres, apesar das mulheres serem 52,5% da população. No entanto, nos últimos anos, mudanças significativas têm sido observadas, impulsionando-as a ingressarem nesse campo.
Houve aumento nas matrículas em cursos de ciência da computação e tecnologia da informação, além do apoio a iniciativas de inclusão, como o UnitedHealth Group Brasil, que realiza a iniciativa Mulheres na TI. Em 2022, as ações do grupo ajudaram a promover mudanças no percentual de mulheres em posições de gestão da área.
Outro fator importante para o crescimento das mulheres no mercado de tecnologia é a criação de comunidades e grupos de networking, como a WoMakerCodes, da qual a Cris faz parte.
“Hoje, não apenas reconheço meu valor como mulher na área, mas também abraço a causa com entusiasmo. Minha participação constante em bootcamps direcionados para mulheres e eventos da WomakersCode fortalece minha convicção de que estamos construindo algo grandioso.”
Iniciativas como essas permitem que profissionais mulheres compartilhem conhecimentos, ideias e oportunidades, estimulando a colaboração e o aprendizado mútuo. Além disso, é essencial que as empresas assumam um papel ativo e construam um ambiente seguro, inclusivo e diversificado.
Assim como em outras carreiras, é importante reconhecer que em muitos casos mulheres enfrentam dupla jornada entre o trabalho e os cuidados domésticos. Para transformar essa realidade, é pertinente considerar a disponibilização de suporte e benefícios que facilitem o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Conscientizar-se do papel e da importância das mulheres no mercado de tecnologia é um dos caminhos para construir um setor mais equitativo e diversificado. Ao adotar medidas inclusivas, as empresas não apenas impulsionam o sucesso profissional das mulheres, mas podem estar fortalecendo também suas equipes.
